Atualmente
tenho dedicado a leitura simultânea de três obras literárias bem distintas.
Uma, “Pancho Villa, uma Biografia”, trata
do camponês revolucionário que colaborou muito na Revolução Mexicana; uma obra
muito bem estruturada escrita pelo biógrafo Paco Ignacio Taibo II da editora
Planeta. No “Em Nome de Roma” Adrian
Goldsworthy (editora Crítica) conta a história de grandes generais que foram
para as linhas de frente das batalhas para formar, manter e ao final deixarem
ruir o Império Romano. Por fim não poderia deixar minha querida Hannah Arendt
de lado; dela tenho feito releituras especialmente de “Entre o Passado e o Futuro” da editora Perspectiva, onde trata de
vários conceitos muito importantes como Autoridade, Liberdade, Verdade, etc.
Mas
o que me chamou a atenção foi um singelo detalhe comum às três obras: Pancho
Villa, sempre fotografado sobre um cavalo, e seu biógrafo a todo momento
informando que ele roubava estes animais para enfraquecer seus adversários, e a
importância deles nas suas aventuras; os generais romanos, ora usavam pombos,
ora cães e cavalos para levarem mensagens de suas beligerantes empreitadas para
Roma; Goldsworthy narra que Aníbal Barca orientou seu general Asdrúbal a
colocar tochas amarradas nos chifres de dois mil touros para enganar os
adversários romanos, dando a impressão de ter um exército muito maior. Hannah por sua vez, menciona o seu
conceito de animal laborans e
trabalha esta versão do animal político
de Aristóteles.
Estas
referências me levaram ao sofá, e de olhos fechados e uma infinidade de imagens
passaram pela minha mente: Os animais famosos da história geral. Apresento ao
leitor o que lembrei, e minha nem tão ligeira escrita, conseguiu anotar:
As
imagens iniciaram com os deuses gregos e os animais que cada um tinha como
representação: Zeus com a águia; Posseidon e seus cavalos denominados
Hipocampos; Ares com o Javali; a coruja de Atena; Dionísio (romano Baco) e a
pantera; Hermes com cobras entrelaçadas em seu caduceu (que não são as mesmas
do símbolo da medicina) e as asas em suas sandálias; as corsas (cervos) de
Ártemis; Afrodite com as pombas; Hera tinha dois animais: a vaca e o pavão. Os
demais deuses, que eu saiba, não tinham animais significativos. Lembrando que
do cão Cérbero não pertencia a Hades, mas sim, um auxiliar nas portas do mundo
dos mortos. Os centauros, os sátiros e até mesmo, Medusa, eu não os considero
animais propriamente ditos pelos caracteres humanos que cada um deles tinham.
Menciono
aqui, de passagem, os “animais-deuses” dos egípcios: o chacal ou cachorro de Anúbis,
Hórus com o falcão; Bastet e o gato, dentre outros menos conhecidos. Na Índia,
além da vaca, outros também são adorados. Por falar em deuses, o “bezerro de
ouro” deu muita confusão no Antigo Testamento. Dentre as “Pragas do Egito”
temos rãs, piolhos, moscas, gafanhotos e morte de animais domésticos. Dos
bíblicos me chamaram a atenção o burrinho que Jesus usa para entrar em
Jerusalém e os vários monstros do apocalipse.
A
loba é de importância crucial para o mito que afirma que Rômulo e Remo foram
criados por uma, e posteriormente fundaram a imortal cidade de Roma.
Perdido
ainda nos meus pensamentos, passei a assimilar aninais na antiguidade: Pégaso,
com seu fabuloso nascimento do sangue da Medusa quando Perseu a decapita.
Lembrando que Perseu nunca montou este animal, ao contrário do que Hollywood
mostra. Apenas Belerofonte o cavalgou. Os elefantes de Xerxes contra os
espartanos, foram vistos por Heródoto como demônios saídos dos infernos. Também
desconhecidos por Alexandre o Grande, os elefantes causaram terror.
Posteriormente, eles foram utilizados contra Roma por Aníbal; mas depois os
Romanos os adotaram, e nas Guerras Púnicas fizeram uso do paquiderme. Assim,
minha mente passou para o cavalo de Alexandre, Bucéfalo, que deu nome a uma
cidade. Calígula, posteriormente pretendeu dar o título de césar ao seu cavalo
Invictus. Na guerra, conta-se (parece ser um mito) que Gengis Kan mandou atear
fogo em cestos amarrados em milhares de cavalos e estourar a cavalgada no sentido
do acampamento inimigo para incendiar o local.
Marengo
foi de Napoleão Bonaparte e está empalhado e exposto no Museu de Londres, mas o
seu famoso “Cavalo Branco” era chamado de Vizir.
Um
famoso cavalo da literatura é Rocinante: desnutrido, cheio de carrapatos e
sarna, além de manco, suportou as aventuras de Don Quixote. Também a cabritinha
que sempre acompanha Esmeralda na obra O Corcunda de Notre-Dame de Victor Hugo.
O gato no colo de Vito Corleone (O Poderoso Chefão) é uma cena icônica. Temos
ainda o Gato de Schrödinger, que nem penso em explicar aqui.
A
cobra de Cleópatra não pode ser esquecida. Mas tenho de fazer um breve resumo
desta víbora: quando Cleópatra e Antônio estavam praticamente derrotados,
planejaram as suas mortes. Antônio, vangloriando de sua vida militar, disse que
debruçaria sobre sua espada. Mas sua amante queria permanecer bela após a
morte. Após muitas pesquisas descobriu aquela serpente não alteraria seu
plácido semblante após o último ato. Não esqueçamos da cobra que gostava de maçãs
e ofereceu uma à primeira mulher, Eva.
Mas
os cães foram sempre os favoritos e os que mais se destacaram. Na segunda
grande guerra, de um lado estava Adolf Hitler com o seu pastor alemão, Blondi
que até mesmo contra a vontade de Eva Braun, dormia na mesma cama do ditador.
Hitler teve o cuidado de também ministrar veneno ao seu cão quando se mata no
bunker. De outro lado, os aliados tinham o Rufus de Churchil; Rossevelt com
Fala; De Gaule com Rasemotte e Stalin com um da raça Black Russian Terrier.
Vladimir
Putin é um amante dos cães, pese ter sido visto até com ursos, hoje ladeiam o
líder russo: Pasha, Veni, Yume, Buffy e Komi.
Mas
ninguém poderia ser recordista em cães, senão a longeva Rainha Elizabeth II.
Segundo consta, durante sua vida ela possuiu mais de 30 cães da raça Welsh
Corgi Pembroke.
Atento
a redação deste texto, está de olho em mim, Snow: meu gordinho vira-latas com
sangue de yorkshire. O seu nome é inspirado em Jhon Snow da casa Stark que
tinha o lobo como símbolo, na famosa série Game Of Thrones.
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