terça-feira, 2 de agosto de 2022

O Voto de Minerva

 

Falar de mitos gregos/romanos nos traz sempre uma grande dificuldade: falar pouco! Geralmente as histórias são demasiadamente grandes e cheias de idas e vindas. Mas aqui quero fazer um resumo desta importante passagem.

Agamenon foi um dos grandes personagens da Guerra de Tróia. Mas antes de ir para a guerra ele casou-se à força com Clitemnestra.

Ela não tinha motivos para gostar dele: ele matou seu antigo esposo e o filho que tinham; autorizou a morte de uma filha que teve com ela. E mais: disse que quando voltasse da guerra traria como segunda mulher, Cassandra de Tróia.

Assim sendo, Clitemnestra resistiu um pouco, mas acabou traindo Agamenon com Egisto. Ambos, então, tramam matar Agamenon quando ele votasse da guerra.

E assim foi feito! Ela o matou com uma facada e ainda cortou a sua cabeça. Clitemnestra e Egisto assumiram o trono de Micenas e deixaram a cabeça de Agamenon em exposição em praça pública.

Mas uma profecia dizia que se acaso Egisto colaborasse com a morte de Agamenon ele seria morto por Orestes, que era filho do herói de Tróia com Clitemnestra.

Egisto perseguiu Orestes mas não conseguiu mata-lo.

Orestes, longe de casa sempre pensava em vingar a morte do pai. Ele não admitia a traição da mãe com Egisto.

Orestes tinha uma irmã (também filha de Agamenon com Clitemnestra): Electra.

Com a ajuda de Electra, Orestes se fantasia de viajante e entra em Micenas. Acontece que para entrar no palácio real, o falso viajante disse que Orestes estava morto e tinha as cinzas dele num vaso. Egisto ficou muito alegre, pois assim não teria mais medo da profecia. Mas o que mais deixou Orestes triste e revoltado, foi que até mesmo sua mãe ficou feliz com a notícia da morte.

Neste instante Orestes se revela e mata Egisto e a própria mãe.

Cumpre-se a profecia e ele vinga a morte do pai.

Mas os deuses sempre interveem nas vidas dos homens.

O pai de Clitemnestra acusou Orestes de matricídio (matar a mãe) e quer mata-lo. Mas Minerva (nome grego de Atenas) não mais admite mais a vingança direta que até então era praticada. Ela convoca um julgamento.

A deusa seleciona 12 sábios anciãos para procederem ao julgamento. Seria este o primeiro julgamento da história dos homens.

Apolo foi o advogado de defesa e as Erínias (feras que atormentavam os homens) atuaram na acusação.

Se de um lado as Erínias argumentavam o terrível ato de matar a própria mãe, de outro, Apolo justificava a vingança de Orestes. De qualquer forma, os argumentos tanto da acusação quanto da defesa eram muito convincentes.

Foi assim que o julgamento terminou empatado. Atenas (ou Minerva) que havia convocado o julgamento determinou que a ela caberia dar o voto de desempate e que ninguém poderia contestá-la. Se qualquer pessoa fosse contra o voto dela, este seria severamente punido.

Então Minerva inaugura outro costume que prevalece até hoje: na dúvida, julga-se a favor do réu. E assim Orestes é libertado.